Gripe aviária e o impacto nas exportações brasileiras de frango
O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, vive um momento de atenção no comércio exterior após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no município de Montenegro (RS). A repercussão foi imediata: União Europeia, China, Argentina e outros países suspenderam, total ou parcialmente, as importações do produto brasileiro.
A medida segue acordos sanitários internacionais, que determinam restrições em casos de surtos em granjas comerciais. Ao todo, mais de 40 países já anunciaram a suspensão das compras ou estão em processo de revisão de suas políticas de importação.
Países que já suspenderam as compras
Além da União Europeia, a lista inclui China, África do Sul, Coreia do Sul, Canadá, México, Argentina, Chile, Uruguai, Japão, entre outros. Alguns adotaram medidas mais localizadas, como o Japão, que restringiu apenas a carne vinda de Montenegro (RS), enquanto outros suspenderam as compras de todo o território brasileiro.
Situação no Brasil
Desde a chegada do vírus H5N1 ao Brasil, em maio de 2023, o país investigou 2.883 casos suspeitos. Desses, 166 foram confirmados como gripe aviária, sendo a maioria em aves silvestres. O caso de Montenegro é o único, até o momento, detectado em uma granja comercial.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) segue monitorando rigorosamente áreas com suspeitas. Segundo o órgão, não há risco para o consumo de carne de frango e ovos, e a gripe aviária não é transmitida por meio da ingestão de alimentos.
Efeitos sobre o comércio internacional
A suspensão das compras por parte de grandes importadores gera impacto direto sobre a logística internacional, especialmente nos fluxos de exportação marítima e aérea. Em 2024, o Brasil já havia exportado mais de 560 mil toneladas de carne de frango para a China, seu principal comprador.
Embora a maior parte da produção brasileira (cerca de 64,6%) seja consumida internamente, a suspensão temporária pode gerar acúmulo de estoque, replanejamento de cargas e ajustes em rotas logísticas e contratos internacionais.
Próximos passos
Para retomar as exportações, o Brasil precisa passar por um período de 28 dias sem novos registros da doença, conforme normas internacionais. O Ministério da Agricultura mantém ações de contenção, como o descarte de aves, limpeza das instalações e vistorias constantes em propriedades próximas ao foco inicial.
Enquanto isso, os embarques seguem suspensos ou redirecionados, impactando toda a cadeia logística, desde o planejamento dos embarcadores até as operações nos portos e aeroportos.
Fonte: G1 e CNN
Em momentos como este, o planejamento logístico torna-se ainda mais estratégico. Na Cronos Logistics, estamos acompanhando de perto os desdobramentos deste cenário e os manteremos informados. Para recomendações personalizadas, fale com nosso time de especialistas.